8ºano

  CIÊNCIAS


MATEMÁTICA - TABUADA

Sum Sense

INGLÊS 

Caça- palavras 

 07-09/03  CORPO HUMANO

 Partes do corpo
Partes do corpo 1 
C. Humano 1 
C. Humano 2 

C. Humano 6 
C. Humano 7 
C. Humano 8 

 LÍNGUA PORTUGUESA


O MISTÉRIO DO SOBRINHO PERFUMADO



Este caso, que Zezinho Sherlock também esclareceu com a maior facilidade, começou num sábado à tarde. Mas o nosso herói só soube dele no domingo, quando foi visitar o tio, o delegado Orlando Quental, chefe do Departamento Especial da Polícia. (...)

- O que foi que aconteceu, desta vez?

- Enforcaram uma velha agiota, em Bonsucesso. Temos um suspeito, mas não podemos provar nada contra ele. Esse suspeito, que está detido na vigésima primeira delegacia, é um sobrinho da vítima. Também temos uma testemunha que o acusa de ter assassinado a velha, para roubar o dinheiro do cofre.

- Ah! Essa testemunha viu alguma coisa?

- Aí é que está. Não vou, mas sentiu. A testemunha é um cego.

- Puxa! O caso é interessante, titio. Como é que um cego pode ser testemunha de vista?

- Eu não disse que ele é testemunha de vista. Mas suas declarações comprometem o rapaz. E o cego não teria interesse em acusar o suspeito se não estivesse certo do que diz. O diabo é que o rapaz acabou confessando que esteve no local do crime, mas nega ter enforcado a tia.

- Ele é o único herdeiro?

- Parece que sim.  A velha não tem outros parentes mais chegados. Morava sozinha e vivia de rendimentos e de emprestar dinheiro a juros.

- Comece pelo princípio, titio – pediu Zezinho, cruzando as pernas e ajeitando um cacho de cabelos negros que teimava em cair sobre os seus óculos.

- O caso é o seguinte: ontem à tarde, alguém ligou para a delegacia de Bonsucesso e comunicou que havia uma mulher morta, num pardieiro de um beco, na Avenida dos Democráticos. Uma patrulhinha, que estava nas proximidades, correu ao local e ali encontrou o corpo da Sra. Matilde Rezende. A polícia já a conhecia de nome e sabia que ela era agiota e avarenta, mas nunca a incomodou. É difícil provar que os agiotas estão agindo fora da lei. O corpo estava caído na sala da frente, que fazia as vezes de escritório. Alguém tinha entrado na casa, sempre fechada a sete chaves, e estrangulado a velha com uma corta de náilon. O cofre da sala estava aberto e vazio. Ora, a empregada jurou que a patroa tinha muito dinheiro naquele cofre.

- Ah! Então, temos uma empregada, hein?

- Sim. É uma outra velha, ausente na hora do crime. Tinha ido fazer comprar e só voltou quando a polícia já estava na casa. Ela disse que não sabia quem tinha ido visitar a patroa, mas afirmou que o sobrinho dela é um marginal, desempregado crônico, e andava de olho no dinheiro da tia...

- Nem todo desempregado é marginal, titio. Assim como nem   pistoleiro é bandido, pois a polícia também usa pistola... Roubaram tudo do cofre? Se a vítima emprestava dinheiro a juros, devia haver alguma promissória, ou vale, ou essas coisas que eu não conheço direito...

- Havia outros papéis, na sala, mas jogados no chão. O assassino deve ter obrigado a velha a abrir o cofre, para roubar o dinheiro. Só deixou os documentos.

- E onde é que entra o cego? – perguntou Zezinho, deleitado com a história. – O cego é um marginal, um camelô sem licença, que estava na entrada do beco. Alguns vizinhos o viram ali, com um cachorro e um tabuleiro, desde manhã cedo.

- Nem todo camelô é marginal – repetiu Zezinho Sherlock. – A polícia tem o costume de dizer que o que não é direito está torto, mas há um exagero nisso... E o que foi que esse cego viu? Ou melhor: o que foi que ele pressentiu?

O dr. Quental apanhou um papel datilografado em cima da escrivaninha e consultou-o.

- Tenho aqui o depoimento do cego – disse, depois, mostrando o papel. – Ele estava vendendo bijuterias, na entrada do beco, acompanhado pelo cachorro. Quando os patrulheiros chegaram tentou fugir, com o tabuleiro na cabeça, mas um soldado o apanhou logo adiante. Ele pensava que fosse o “rapa”... Depois que o corpo da velha foi encontrado, o testemunho do cego tornou-se muito valioso.

- Por quê?

- Porque ele identificou o sobrinho da vítima, pelo perfume. Ouça o que ele diz – e o delegado passou a ler um trecho do papel datilografado. – “ A certa altura, ouvi uns passos pesados e um homem, usando um perfume de alfazema, passou por mim e entrou no beco. E sei que era um homem porque seus passos eram pesados , e ele pigarreou. Um minuto depois, senti uma outra vez o mesmo perfume e o homem passou por mim, andando muito depressa, descabelado, quase correndo, como se estivesse fugindo de alguma coisa. Aprendi a conhecer as pessoas pelos passos e pelo cheiro... Direitinho como o meu cachorro”.

Exatamente. O rapaz tem vinte e cinco anos e não exerce nenhuma profissão. Já trabalhou como balconista de uma loja de ferragens, mas foi despedido há três anos. Quando foi detido, negou ter estado na casa da tia, mas o seu perfume o denunciou. Ele usa uma loção de lavanda inglesa.

- Certo – murmurou Zezinho. – Alfazema e lavanda inglesa é a mesma coisa... E depois o rapaz acabou confessando que esteve no pardieiro?

- Pois é. Acabou confessando. Mas disse que encontrou a porta aberta e a tia morta, na sala, com uma corda no pescoço. Então saiu correndo e telefonou para a polícia, mas não se identificou. O que é que você acha disso?

- Tudo me parece claro, titio – disse Zezinho Sherlock. – O sobrinho perfumado pode estar dizendo a verdade, pois o cego é um grande mentiroso!  [...]

Por que Zezinho chegou a essa conclusão?




Último Cuba-libre
Marcos Rey
Durante o dia, Adão Flores era um gordo como qualquer outro. Sua atividade e seu charme começavam depois das 22 horas e às vezes até mais tarde. Então era visto levando seus 120 quilos às boates, bistrôs e inferninhos da cidade, profissionalmente, pois não só gostava da noite como também vivia dela. Empresário de modestos espetáculos, era a salvação última de cantores, mágicos, humoristas decadentes. [...]
Como o tempo, Adão Flores adquiriu outra profissão, paralela à de empresário da noite, a de detetive particular, mas sem placa na porta e mesmo sem porta, atividade restrita apenas a cenários noturnos e pessoas conhecidas. Apesar de agir esporadicamente e circunscrito a poucos quarteirões, Adão Flores começou a ganhar certa fama graças a um jornalista, Lauro de Freitas, que começava a fazer dele personagem frequente em sua coluna, a ponto de muita gente supor tratar-se de ficção e mais nada.
Adão Flores apareceu no “Yes-Club”, cumprindo seu itinerário habitual. Rara era a noite em que não comparecia ao tradicional estabelecimento da Bianca, onde seus casos tinham grande repercussão [...]. Mas nem teve tempo de sentar-se. Uma mulher, nervosíssima, que já o aguardava, aproximou-se dele um tanto ofegante.
- Lembra-se de mim, Adão?
- Estela Lins?! Como vai o malandro do seu marido? Anda sumido!
- É por causa dele que estou aqui. Adão, você pode me acompanhar? Meu carro está na porta. É um caso grave.
- O que aconteceu?
- Direi tudo no carro.
Júlio Barrios, mexicano, cantor de boleros, fora um dos contratados de Adão que mais lhe deram dinheiro nos quase dez anos que estivera sob contrato. [...] Quando o público se cansou dele, Flores levou-o às churrascarias, salões da periferia e cidades do interior, etapas do declínio de qualquer cantor. Júlio não se abateu totalmente, pois, enquanto tivesse uma mulher apaixonada a seu lado, podia levar a vida.
Estela dirigia atabalhoadamente um fusca em estado de desmaterialização.
- Disse que Júlio está assustado?
- Disse apavorado.
- Por quê?
- Telefonemas ameaçadores.
- Quem seria a pessoa?
- Ele diz que não sabe.
- Mas você acha que sim.
- Pode ser algum traficante de drogas.
- Ora, Júlio nunca mexeu com isso. Trabalhamos juntos anos a fio e nunca o vi cheirar nada suspeito. Sua obsessão sempre foi outra...
O que o empresário detetive imaginava era a ameaça de algum marido ou amante ciumento, daí Júlio não revelar nada a Estela, sua terceira ou quarta mulher desde que chegara ao Brasil. Apesar da decadência artística Júlio continuava bem-sucedido nessa modalidade esportiva. [...]
- Júlio sabe que veio me buscar?
- Sabe. Disse que quer tomar um cuba libre com você, como nos velhos tempos.
- Espero que ele não acredite muito na coluna do Lauro de Freitas. Não sou tão bom detetive assim.
- Estamos chegando.
Estela estacionou o carro diante de um pequeno edifício de três andares. O casal morava no primeiro, cujas luzes estavam acesas.[...] A mulher abriu a porta, [...] indicou um velho divã ao empresário. Foi se dirigindo ao interior do apartamento, anunciando:
- Adão está aqui, querido!< br />O empresário detetive largou todo o seu peso numa mirrada poltrona, que protestou, rangendo. Não conhecia aquele apartamento. Júlio, sempre que mudava de mulher, mudava também de endereço.[...]
- Quem é o senhor? – Adão ouviu de repente a voz de Estela, vinda do quarto, em tom de pavor. – O que faz aqui?
Adão levantou-se: algo de anormal acontecia.
Novamente a voz de Estela, agora num grito:
- Juuuulio!
Adão deu uns passos enquanto Estela aparecia à porta do quarto, tentando dizer alguma coisa. O detetive entrou precipitadamente. A primeira imagem que viu foi Júlio sobre a cama, ensanguentado.
Estela apontou para a janela aberta.
- Ele fugiu!
Adão correu para sala e Estela abriu a porta do apartamento. Os dois precipitaram-se para a rua, ela na frente. Logo adiante havia uma esquina, que o criminoso já devia ter dobrado. Estela segurou Adão pelo braço.
- Vamos socorrer Júlio.
Regressaram ao apartamento. A lâmina toda de uma tesoura comprida estava enterrada nas costas de Júlio. O detetive apalpou-lhe o peito. O coração já não batia nem no ritmo lento do bolero.
Enquanto a polícia não chegava, Adão dava uma olhada no quarto. Estela, em prantos, aguardava a presença do cunhado, um de seus únicos parentes. Flores notou que algumas gavetas de uma cômoda estavam abertas. O criminoso estivera procurando alguma coisa. No peitoril da janela, um pouco de terra, certamente deixada pelos sapatos do homem que saltara. E sobre o criado-mudo um copo, o último cuba-libre que Júlio não terminara de beber. Sem gelo. Quem tomaria um cuba sem gelo num calor daquele? Foi ao encontro de Estela, na sala, e a achou dobrada sobre o divã.
- Gostaria de conversar com o zelador.
- O prédio não tem zelador, apenas uma faxineira no período da manhã.
- Acha que poderia reconhecer o homem?
- Nunca mais o esquecerei – garantiu Estela. – Era baixo, troncudo e tinha os olhos puxados.
- Já o vira antes?
- Não.
Adão retornou ao quarto, para dar mais uma espiada. Dali a instantes a polícia chegou: um delegado e dois tiras.
- Não mexi em nada – disse Flores. – E cuidado com o peitoril da janela. Há terra de sapato nele. Foi por onde o criminoso fugiu.
- O senhor o viu?
- Não, mas dona Estela poderá ajudar a fazer o retrato falado dele. Ela o encontrou no quarto de Júlio.
O delegado encarou o detetive.
- Você não é um tal Adão Flores, metido a Sherlock?
- Sou esse tal, mas vim aqui como amigo, chamado por Estela. Julio tinha recebido uns telefonemas ameaçadores.
Adão deixou os tiras trabalharem e saiu do quarto. O criminoso saltara da janela para um corredor cimentado que rodeava o edifício. Para baixo o santo tinha ajudado, mas subir pela janela teria sido difícil. Certamente ele tocara a campainha e entrara pela porta. Antes, porém, pisara em algum jardim, como atestava a terra do peitoril. Havia jardim à entrada do edifício?
Um dos tiras apareceu à porta com uma pergunta.
- O senhor deixou uma ponta de cigarro no cinzeiro? Há duas lá, mas só uma é da marca que Julio fumava.
- Só fumo em reuniões ecológicas. O criminoso deve ter tido tempo para fumar um cigarro. Só pode ter sido ele, pois Estela não fuma.
Adão permaneceu no apartamento até a chegada da Polícia Técnica, quando Estela Lins, no bagaço, foi levada pelo cunhado, que, antes de sair, declarou com todas as letras:
- Julio bem que mereceu isso. Um vagabundo, um explorador de mulheres! A polícia não devia perder tempo procurando o assassino.
Já era madrugada quando Flores retornou ao “Yes-Club”. [...] Contou a todos o que sucedera, recebendo em troca uma informação. Julio Barrios aparecera por lá, naquela semana, muito feliz. Uma gravadora resolvera lançar um elepê com seus maiores sucessos, Recuerdos, no qual depositava muitas esperanças. Planejava inclusive pintar os cabelos pa ra renovar o visual. Estava animadíssimo. No dia seguinte, Adão Fl ores compareceu à polícia para prestar depoimento. Estela, por sua vez, estava cooperando. O retrato falado do criminoso já estava pronto e sairia em todos os jornais. O delegado, porém, já manifestava uma suspeita.
- Não gostei da cara daquele cunhado. Estela pode até estar tentando protegê-lo.
- Não creio – replicou Adão. – Era apaixonada pelo cantor.
- Mas amores passam – comentou o delegado. – Como certas modas musicais...
Adão Flores foi ao jornal onde trabalhava Lauro de Freitas.
- Quantos quilos você pesa, Lauro?
- Acha que estou engordando?
- Que mal há nisso? Os gordos são belos.
- Setenta quilos.
- Então, venha.
- Onde?
- Você tem o mesmo peso do homem que matou Barrios, segundo declaração de Estela na delegacia.
- E isso me torna um suspeito?
- Vamos ao apartamento.
À porta do edifício, Adão identificou-se a um guarda, que vigiava o lugar desde o assassinato. Não foi fácil convencê-lo a deixar que o detetive e o jornalista entrassem no apartamento.
- Estamos aqui. E agora, Adão?
- Você vai fazer uma coisa, Lauro: saltar do peitoril da janela para o corredor.
Abriram a janela e o jornalista espiou.
- Altinho. Posso sentar no peitoril?
- Não, suba nele e salte.
- E se o pára-quedas não abrir?
- Não salte ainda. Vou para a sala. Aguarde minhas ordens, então salte e corra até a entrada do edifício.
Adão voltou para a sala, deu as instruções e ficou atento. Ouviu o baque dos pés de Lauro no cimento e, em seguida, seus passos rumo ao portão. Pouco depois, Lauro voltou à sala.
- O que quer mais? Sei plantar bananeira.
- Como atleta amador você não pode ser pago. Mas vou lhe fornecer uma bela história para sua indigna coluna. Não tire os olhos de mim. Agora vamos à gravadora Metrópole.
- Por quê?
- Porque quero pôr na cadeia a pessoa que matou o melhor intérprete de “Perfume de Gardênia”. Quem fez isso é meu inimigo pessoal. Não se apaga assim um parágrafo da História.
Adão e Lauro foram à gravadora, onde o detetive conversou com o diretor-artístico. Sim, Barrios ia gravar mesmo um elepê. Esperavam vendê-lo para uns cem mil saudosistas. E o homem fez mais, forneceu certo endereço que Flores considerou importantíssimo.



                          TRABALHO EM GRUPO
Exploração dos Elementos Constitutivos da História de Detetive
1. Especifique as características de cada um dos personagens abaixo discriminados envolvidos na história até onde leram, especialmente, as psicológicas.
a) O DETETIVE, Adão Flores:
b) A VÍTIMA, Júlio Barrios:
c) Estela Lins
d) Lauro de Freitas
e) O cunhado

2. Nas histórias de detetive, sempre há um crime a ser desvendado. No conto lido, alguém foi assassinado. Diga:
a) Quando?
b) Onde?
c) Como?(especifique a arma do crime)
d) Quem foi a primeira pessoa a ver a vítima?

3. Para solucionar o enigma, é muito importante a análise da CENA DO CRIME em busca de PISTAS que ajudem a construir o raciocínio lógico.
a) O que foi destacado em relação aos móveis e a qual a hipótese esta informação levou?
b) Havia terra no peitoril da janela. Qual a conclusão a que o detetive chegou sobre este fato?
c) Uma pista interessante que até motivou o título da história foi o copo de cuba-libre. Que detalhes são dados sobre ele e o que o detetive estranhou neste objeto?
d) Que pista foi encontrada pela polícia e o que se deduziu a partir dela?

4. Observando da janela por onde o assassino fugiu, o detetive tira mais uma conclusão. Qual?
5. Qual era o estado de ânimo da vítima nos dias que antecederam seu assassinato?
6. No dia seguinte do assassinato, o que o detetive foi fazer no local do crime? Na opinião do grupo, com que finalidade ele fez isso?
7. Depois de voltar ao local do crime, Adão Flores foi à gravadora Metrópole. Por que será que Flores achou importantíssimo certo endereço que o diretor artístico lhe forneceu?
8. Nas histórias de detetive, o autor sugere SUSPEITOS que possam ter MOTIVO ou INTERESSE para realizar o crime. Até onde vocês leram, que suspeitos o autor sugeriu e qual vocês pensam ser o real CULPADO? Discutam, a partir das pistas, e proponham a solução deste enigma.


O Último Cuba-libre
"Quando os jornais revelaram o assassino de Julio Barrios..." .
Quando os jornais revelaram o assassino de Julio Barrios, a melhor reportagem certamente foi a de Lauro de Freitas, por dentro de tudo. [...]
Mas o local onde seus casos mais repercutiam era mesmo o “Yes-Club” [...]. Na véspera, antes de que os jornais publicassem a solução do enigma, Adão esteve lá para contar tudo em primeira mão.
- Em que momento você começou a puxar o fio da meada? – perguntou a dona da casa.
- Sou um homem do visual, da imagem – disse Flores. – Aquele cuba-libre sem gelo me chamou logo a atenção. Julio gostava de colocar verdadeiros icebergs nas suas bebidas. Como não havia mais gelo e o copo voltara à temperatura ambiente, deduzi que o crime tinha acontecido há algum tempo. Uma hora, talvez...
- Não me parece argumento suficiente para levar a conclusões – disse um homem, provavelmente um desses invejosos que estão em toda parte.
- Certamente não foi minha única dedução. Havia aquela tesoura, arma ocasional demais para servir a um criminoso determinado, que fazia ameaças telefônicas.
O mesmo freguês, que se recusava a bater palmas para Adão, voltou a obstar:
- Usar armas da casa é um meio para implicar inocentes. Os romances policiais sempre relatam coisas assim.
- Uma tesoura não oferece segurança – replicou Flores. – A não ser que o criminoso tivesse sido um alfaiate...
Bianca tinha outra pergunta a fazer:
- Houve roubo? As gavetas estavam todas abertas, não?
- Elas não foram simplesmente abertas, algumas estavam vazias. E sabem quem as esvaziara? O próprio Julio.
- O que havia nessas gavetas? – perguntaram. – Tóxico?
- Roupas, simplesmente roupas. Encontrei-as em uma pequena mala. Mas me deixem prosseguir. O que consolidou minhas suspeitas foi uma questão de acústica.
- Disse acústica?
- Disse. Aí o nosso Lauro ajudou muito. Seu peso equivale ao do homem visto por Estela. Fui com o Lauro ao apartamento do Julio e pedi que saltasse da janela e depois corresse até o portão. Eu me plantei na sala, como na noite do crime. E ouvi perfeitamente o baque e depois os passos de seus pés no cimento. Como naquela noite eu não ouvira nada?
- Então você teve a certeza – adiantou-se Bianca.
- Faltavam ainda os motivos. Na gravadora fiquei sabendo que Barrios andava aparecendo na companhia de uma jovem, seu novo amor. E obtive o endereço dela, pois era para ela que telefonavam quando precisavam contactá-lo. Fui procurá-la. Estava muito assustada com tudo, mas acabou se abrindo. Ela e Barrios iam viver juntos. Apenas faltava-lhe fazer a mala.
- E a confissão, veio fácil? – perguntou Bianca, equilibrada em sua piteira.
- Aconteceu na própria polícia onde fora olhar alguns suspeitos na passarela. Pretexto. O delegado já aceitara meu ponto de vista. Eu próprio lhe contei minha versão: Estela surpreendera Julio quando jogava roupas na mala para sumir. Espremeu-o. Ele confessou. Ia deixá-la por outra mulher. O amor é algo inesperado e o coração é fraco. Ela não gostou da letra desse bolero. Julio vivia praticamente à custa dela. Viu a tesoura sobre a mesa. Golpeou-o p elas costas. Depois do choque, pensou em livrar a cara. Havia terra nu ma floreira. Levou um pouco para o peitoril da janela. Deixou as gavetas abertas como estavam. E serviu um cuba-libre ao defunto. Antes ou depois, lembrou-se de Adão das Flores. Ele tinha mania de bancar o detetive. Julio sempre ria disso. Decidiu ir buscá-lo. Se o encontrasse, a encenação seria perfeita. Quanto à segunda ponta de cigarro, ela mesma esclareceu que a apanhara no “Yes”, enquanto esperava o detetive. Queria que ficasse bem claro que outra pessoa estivera com Julio. Enquanto isso o gelo do último cuba-libre derretia, pois o cadáver não podia renová-lo.
- Ela agiu como uma perfeita atriz – comentou Bianca. - E que grande talento!
Adão concordou:
- Apenas participei como ator convidado.

Após a leitura, os alunos farão a análise da narrativa a partir das orientações abaixo: 
O culpado é uma personagem essencial numa narrativa de enigma. É o culpado que se encarrega do movimento de dissimulação (indícios falsos, mentiras e engodos). Na históra lida, Estela é a culpada.
1. Cite duas pistas falsas que foram "plantadas" por Estela
2. Apresente mentiras usadas por ela.
3. Que atitudes da mulher ajudaram a esconder a verdade?
4. Por que a arma do crime foi importante no desvendar do mistério?
5. O detetive, por sua vez, usou de deduções lógicas para chegar à verdade. Qual foi o raciocínio feito a partir das seguintes pistas e ações:
a) Copo de cuba-libre
b) Gavetas abertas


c) Endereço recebido na gravadora.
d) O teste com Lauro de Freitas.
6. Que pista o autor omitiu para que não se chegasse rápido demais à verdade?



 A ARTE E O PLANETA

1 natureza - Arte e natureza

1 natureza - Sentimentos 

2 paz - Pacifismo 

2 paz - Significado  

3 dinheiro - O que é? 

4 diversidade - significado 

4 diversidade - Valorizando a diversidade cultural

5 clima - Aquecimento global 

5 clima - Acordos 

6 rede mundial - computadores 

6 rede mundial - Internet benefícios e males 

7 migrações - Migração 

7 migrações - Migrações no Brasil 

8 população - População mundial 

8 população População brasileira

9 causa - Tipos de causas sociais 

9 causa - Músicas gravadas em nome de causas sociais 

10 energia - Energia elétrica 

10 energia - Como seria sem energia elétrica? 

11 consumo - O que é? 

11 consumo - Divisão do mundo 

12 água - Economia de água 

12 água - SAMAE 

13 fim do mundo - Mega curioso 

13 fim do mundo - O Mundo em 2025 

 

AULA INGLÊS

 07-09/03  CORPO HUMANO
 Partes do corpo
Partes do corpo 1 
C. Humano 1 
C. Humano 2 

C. Humano 6 
C. Humano 7 
C. Humano 8 


 RELIGIÃO

Direitos Humanos 

 

CRUZADINHA

Criar 

 Jogos de raciocínio

nadadores olímpicos
Ponte escura



Tangram 
Vitral quebrado 
Jogos de lógica
robox 
 

  ARTE IMAGENS

Burle Marx
Claude Monet
Sebastião Salgado
Hélio Melo
Andy Goldsworthy
Beatriz Milhazes




 

 

 

Ano  2016 

  SISTEMA NERVOSO 

Quiz 

Jogo 1 

Sistema nervoso 

 

Sujeito e Predicado

Exercícios 

Funções 

Atividades 

Predicado-exercicios 

Atividades 1 

Quiz 

Quiz - classificação

 Ortografia 

 

Exemplos de textos dissertativos de alunos

Receita para um texto dissertativo 

Exemplo 

Exemplo 1 

Exemplo 2 

Exemplo 3